Sábado, último dia da viagem. Domingo, de madrugada, tínhamos regresso marcado.
Ao pequeno almoço, os meus companheiros estavam mais frescos do que esperava, para quem se deitou quase às duas da manhã. Fizemos os planos da pólvora para o dia. Havia a possibilidade de tentar o lobo-marinho à tarde, mas ainda faltava acertar uns detalhes. A manhã estava disponível.
Calca-mar (Pelagodroma marina) Claramente a estrela da expedição |
Também os convenci a ir ao Curral das Freiras, que é um dos meus locais preferidos da ilha, e que eles não conheciam. Aí vimos poucas aves, mas a vista vale por mil.
Curral das Freiras |
-O barco sai às 14h30? Não sei se conseguimos chegar a tempo, estamos agora a começar a almoçar no Maré Alta.
-Então diga ao Sr. João que o André, aqui do barco da Quinta do Lorde, pede para ele vos despachar rápido!
-Quem é o Sr. João? - perguntei.
-É o dono! - disse a empregada.
O mundo é pequeno mas, na Madeira ou, neste caso, em Machico, parece ainda mais pequeno...
À procura do Lobo-marinho na Ponta de S. Lourenço |
Um mergulhador local que estava na zona, disse tê-lo visto, já nesse dia. Esperámos dez minutos em alguns pontos estratégicos, para ver se o bicho vinha à superfície respirar, demos uma volta de quase duas horas pela Ponta de São Lourenço mas, nada feito. Mesmo com o esforço extra que todos fizemos, o lobo-marinho não quis aparecer.
Paciência... Pelos vistos, a sorte já se tinha esgotado nas pelágicas. Os bichos fazem sempre o que bem lhes apetece.
Alma-negra (bulweria bulwerii) Foram uma companhia constante nas pelágicas |
O dia não acabou sem aprender mais qualquer coisa. De regresso a Machico, sem fome para jantar, optámos por dar uma volta pela marginal. Havia lá uma barraca de farturas que já tinha debaixo de olho há uns dias. “Farturas!!!!”
Lá chegados, li o preçário e farturas não constava. Havia churros, churros com recheio e mais uma série de coisas mas, nada de farturas. “Aqui há é malassadas. Acho que é parecido com o que vocês no Continente chamam de farturas”. Bom, venha de lá uma malassada. Parecido sim, mas diferente, mais maçudo e pesado. Ainda sobrou um bom bocado. Agora é que não era mesmo preciso jantar.
Freira-do-bugio (Pterodroma deserta) |
Deixo, por fim, um abraço ao Luís Rodrigues por me ter “obrigado” a ir nesta aventura e também pelas fotos que ajudam a ilustrar a crónica. O meu obrigado ao Alexandre Rica Cardoso pelas gravações do Pico do Areeiro. Não podia também deixar de agradecer à Catarina e ao Hugo - Madeira Windbirds - pela ajuda, paciência e excelente organização.
#canaldoxofred
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